segunda-feira, 13 de junho de 2011

AMAMENTAÇÃO

AMAMENTAÇÃO
Durante nossos 24 anos de clínica voltada ao tratamento de crianças e adolescentes, quase todos os dias, escutamos as mesmas frases : “Porque nunca ninguém me disse isso antes? ou Porque só fiquei sabendo disso agora?”.
Somos um dentista e uma fonoaudióloga, e trabalhamos somando nossos esforços e conhecimentos para melhor ajudar as crianças. Nossa intenção é a partir deste artigo, sugerir o que pode ser feito na infância para prevenir ou, até mesmo, evitar futuros problemas odontológicos e fonoaudiológicos.
Talvez como tantos outros pais, você também não saiba por exemplo:
Qual a importância do gotejamento do leite para uma boa deglutição.
Qual a importância da respiração exclusivamente nasal no primeiro ano de vida.
Como a mastigação prepara os músculos para a fonação.
Que algumas dores na cabeça podem ser causadas por lábios entreabertos.
Que o queixo para trás ou para frente da criança, pode alterar a postura corporal do seu filho.
Que uma criança que respira pela boca pode ter dificuldade para escovar os dentes e mastigar de boca fechada.
Encontramos na literatura que o volume do crânio triplica nos primeiros 3 anos de vida, e que aos 6 anos a criança já possui 80% do crescimento da face que ela terá na idade adulta. Portanto, se pudermos propiciar estímulos de crescimento adequados, obteremos o crescimento mais harmonioso da face da criança. Dentre esses estímulos podemos destacar como os de maior importância:
a amamentação
a respiração
a mastigação
Amamentação Natural
Primeiramente, iremos abordar qual a importância da amamentação natural nesse processo de desenvolvimento. Sabe-se que toda criança, ao nascer, possui o seu queixinho mais para trás do que deverá ser quando ela completar seu primeiro ano de vida (figura 1 )


Figura 1 – Observa-se claramente que o queixinho está para trás.
Essa “correção” do perfil da criança só é possível se ela for amamentada corretamente no seio materno.
Amamentar corretamente significa:
Colocar a criança o mais vertical e de frente possível em relação ao seio materno ( figura 2 ) . Assim, você estará propiciando um fortalecimento do músculo dos lábios, que resultará em um bom vedamento labial (essencial para a manutenção da respiração exclusivamente nasal no primeiro ano de vida), além de prevenir otites, já que o posicionamento mais horizontal do bebê favorece o escoamento do leite para a tuba auditiva.


Figura 2 – Mamãe Yanomamis, amamentando com seus filhos na posição vertical, a natureza faz as coisas certas. Estas fotografias foram feitas em 1971, quando os Yanomamis eram isolados e muito pouco aculturados.
Certificar-se de que a criança está com uma abertura de boca suficiente para conseguir “abocanhar” o mamilo e aréola. Desta forma, o mamilo se adapta perfeitamente à boca do bebê, permitindo uma perfeita sincronia dos movimentos da língua durante o ato da deglutição, além de um movimento de vai-e-vem da mandíbula com ritmo e amplitude adequados (essencial para a correção daquele queixinho para trás). Se a mama estiver muito cheia, esvaziá-la um pouco para que a correta “pega” no seio possa acontecer.
Observar se a mama não está obstruindo a respiração nasal do bebê. Alternar as duas mamas, não só para esvaziar o peito, mas, também para que haja estímulo visual, muscular, auditivo e proprioceptivo (sensorial) bilateralmente.
O esforço que o bebê faz para retirar o leite do seio de mãe estimula e trabalha toda a musculatura da boca e da face, preparando-a para que, em um futuro próximo, seja utilizada na mastigação e fonação. A boa amamentação proporciona o crescimento da face e da boca, fazendo com que haja espaço suficiente para o bom posicionamento dos dentes quando estes erupcionarem.
Essas dicas têm caráter informativo e podem servir de guia para quem está começando à vida a três.
Caso você já tenha filhos maiores, entre 3 e 6 anos, as orientações são outras, pois hoje a Odontologia, em especial a Ortopedia Funcional dos Maxilares (especialidade do autor) e a Fonoaudiologia oferecem um arsenal de “ferramentas” que podem ser utilizadas para procurar reverter possíveis alterações na função mastigatória, respiratória e postural.

Fonte: ABC da Saúde
Por: Jonnyka Lima

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