terça-feira, 7 de junho de 2011

Médicas explicam por que pessoas soluçam e têm intolerância ao glúten

Todo mundo soluça, seja sempre ou raramente. Alguns acreditam que “engoliram” ar, mas na verdade o problema ocorre quando o diafragma, um músculo abdominal, se contrai involuntariamente.

A pediatra Ana Escobar e a gastroenterologista pediátrica Vera Lúcia Sdepanian, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)falam sobre os mitos e verdades do soluço.

O soluço acontece quando o nervo frênico, motor do diafragma, envia um sinal de choque ao músculo, que puxa o pulmão para baixo e força a entrada de ar pela boca. Uma rajada a 120 quilômetros por hora “atropela” a glote e faz as cordas vocais vibrarem. É aí que sai o som. Esse ar chega até os pulmões e enche os alvéolos com pressão, o que às vezes causa dor.

Segundo a dra. Vera Lúcia, soluçar mais de dois dias deve ser um sinal de alerta – o normal é que esse seja um evento pontual e passageiro. E, de acordo com a dra. Ana, essa reação não é uma defesa do organismo, como a tosse ou o espirro, mas um espasmo que enche o pulmão de ar.

O álcool também pode provocar soluço, porque irrita o estômago e o esôfago, e tudo o que irrita ou distende o tubo digestivo desencadeia esse sintoma. O frio também pode contrair a musculatura do diafragma, principalmente em bebês e crianças. Amamentá-los e aquecê-los pode resolver a situação.

O glúten, uma proteína presente em muitos alimentos à base de grãos, e doença celíaca, que é a intolerância permanente a essa proteína. Só no Brasil, são cerca de 2 milhões de portadores.

Nesses pacientes, a substância agride e danifica as vilosidades do intestino delgado, prejudicando a absorção dos alimentos. O risco genético é maior quando um familiar de primeiro grau tem a doença. E o diagnóstico pode ser feito por exame de sangue e biópsia do intestino.


Por Kamila Craveiro

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