sábado, 25 de junho de 2011

Epilepsia: a doença provoca repentina convulsão ou perda de consciência

Epilepsia é uma alteração na atividade elétrica do cérebro, temporária e reversível, que produz manifestações motoras, sensitivas, sensoriais, psíquicas ou neurovegetativas (disritmia cerebral paroxística). Para ser considerada epilepsia, deve ser excluída a convulsão causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos, já que são classificadas diferentemente.

Etomologicamente a palavra epilepsia vem do grego epilépsía, ‘doença que provoca repentina convulsão ou perda de consciência’, pelo latim epilepsia.

Alguns autores sugerem uma diferenciação da prevalência da epilepsia de acordo com regiões. Nos países desenvolvidos sua incidência é estimada em 40-50/100.000 hab/ano, enquanto que nos em desenvolvimento é de 122-190/100.000 hab/ano.

A Organização Mundial de Saúde – OMS, estima que 50 milhões de pessoas no mundo já tiveram ao menos uma crise de episepsia. A OMS ainda estima que os países em desenvolvimento concentram 85% dos casos onde 90% dos quais não recebem diagnóstico ou tratamento.

A epilepsia pode iniciar-se em qualquer idade, mas é mais comum até aos 25 e depois dos 65 anos. Também se observa uma leve diferença entre os sexos: há mais homens que mulheres com epilepsia.
No Brasil, estudos realizados por Borges e Zanetta (2002) apontam prevalências diferenciadas por região, variando de 1/1000 hab a 18,6/1000 hab.
Um levantamento da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, indica que no Brasil os epilépticos somam 1 milhão, sendo a desordem a segunda maior causa de procura por atendimento nos serviços de neurologia do Brasil.
CAUSAPara Dupin (2006) a causa é multifatorial e envolve até mesmo fatores desconhecidos, relacionados à genética ou localizados fora do cérebro (exógenos), capazes de provocar alterações em sua morfologia e funcionamento. Dentre fatores exógenos, encontram-se as infecções congênitas, causadas por doenças como toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, herpes simples e sífilis, determinadas medicações (especialmente no primeiro trimestre da gestação), e algumas doenças maternas.
SINTOMASA maioria dos autores consultados indica que em crises de ausência, a pessoa apenas apresenta-se “desligada” por alguns instantes, podendo retomar o que estava fazendo em seguida. Em crises parciais simples, o paciente experimenta sensações estranhas, como distorções de percepção ou movimentos descontrolados de uma parte do corpo. Ele pode sentir um medo repentino, um desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira diferente. Se, além disso, perder a consciência, a crise será chamada de parcial complexa. Depois do episódio, enquanto se recupera, a pessoa pode sentir-se confusa e ter déficits de memória. Em crises tônico-clônicas, em primeiro lugar o paciente perde a consciência e cai, ficando com o corpo rígido; em seguida, iniciam-se tremores e contrações nas extremidades do corpo.
Outros autores acrescentam que existem, ainda, vários outros tipos de crises. Quando elas duram mais de 30 minutos sem que a pessoa recupere a consciência, havendo perigo de prejuízos às funções cerebrais.
AS CRISES EPILÉPTICASSegundo os especialistas, alguns fatores podem desencadear crises epilépticas e dentre elas estão: Mudanças súbitas da intensidade luminosa ou luzes a piscar (algumas pessoas têm ataques quando vêem televisão, jogam no computador ou frequentam discotecas); privação de sono; ingestão alcoólica; febre; ansiedade; cansaço; algumas drogas e medicamentos; e até verminoses, a exemplo da neurocisticercose.
TRATAMENTOAssim que a epilepsia for diagnosticada, é importante começar o tratamento o mais rápido possível. Em torno de 80% das pessoas diagnosticadas com epilepsia os ataques epiléticos podem ser controlados com medicamentos modernos e técnicas cirúrgicas. 

Estudiosos da área, afirmam que com o diagnóstico e o tratamento adequados, aproximadamente 80-90% das crianças e 75 % nos adultos terão sua crises facilmente controladas com medicação de baixo custo e um mínimo de efeitos indesejados, permitindo-lhes acesso a uma vida inteiramente normal, desde que o diagnóstico seja feito precocemente e o acompanhamento médico seja apropriado. Vale ressaltar que se não tratada pode levar à morte, porém, considerando o custo cumulativo do uso de determinadas medicamentos é comum o abandono do tratamento pelos pacientes.

Costa e Paiva (2008) comentam que os problemas associados às epilepsias derivam principalmente de limitações impostas pelas próprias crises e seu tratamento e a eventuais lesões neurológicas. Recorre-se ao tratamento cirúrgico quando o tratamento por medicação não surte efeito. A esse respeito, dizem os especialistas, necessário se faz que o tecido cerebral lesado, que provoca as crises, esteja circunscrito a uma área do cérebro, de modo que este possa ser removido sem alterar a personalidade ou as funções do doente.
CUIDADOSComo a maioria das crises de acordo com os autores consultados, dura de um a dois minutos e termina espontaneamente, nada pode ser feito para abreviar a crise. Assim, somente o tratamento com medicação anti-epiléptica endovenosa (na veia) pode interrompê-la. Muito embora o ataque epilético se apresente de forma um tanto dramática, os autores asseguram que durante a crise o paciente se mantém inconsciente e, portanto não sofre dor ou constrangimento. Dessa forma, a pessoa que for atender a um paciente durante uma crise, deve se comportar calmamente e proceder da seguinte forma:
• Evitar que a vítima sofra acidente e colocá-la em local seguro,
• Retirar objetos pontiagudos ou cortantes que estejam em suas mãos ou à sua volta,
• Não imobilizá-la, apenas colocá-la deitada de lado,
• Se houver condições, deve-se colocar a cabeça da vítima sobre um travesseiro ou almofada,
• Não ter medo do contato com a saliva, pois ela não é contagiosa,
• Melhorar a respiração afrouxando as roupas,
• Não oferecer nada para cheirar ou beber e não passar nada no pulso,
• Não segurar a língua, porque ela não enrola, portanto não colocar nada na boca da vítima.

fonte: Profa. Dr. Terezinha de Freitas Ferreira (coluna, a Gazeta)
POR: Pablo Marques

Um comentário:

  1. Apesar das crendices populares de que a epilepsia é transmissível pela saliva, isso não procede, pois não há transmissão por contato. Contudo, muitos autores asseveram que as formas consideradas de origem genética são passíveis de transmissão familiar.

    por: Pablo

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