segunda-feira, 20 de junho de 2011

Pilula Anticoncepcional

A eficácia da pílula anticoncepcional na prevenção da gravidez não planejada é amplamente conhecida. Pesquisa da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) revela que 70% das usuárias não têm intenção de mudar de método contraceptivo. O que talvez muitas mulheres não saibam é que os benefícios hormonais do medicamento vão além, passando pelos tratamentos da síndrome dos ovários policísticos e de problemas de pele, como espinhas.

“As pílulas devem ser adaptadas ao perfil de cada paciente, proporcionando, assim, benefícios à saúde e ao corpo”, define a professora livre-docente Angela Maggio da Fonseca, da clínica de Ginecologia do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

“Os hormônios presentes na pílula ajudam a manter a regularidade dos ciclos menstruais e diminuem o fluxo de sangue. Os medicamentos com componentes antiandrogênicos melhoram a acne e o hirsutismo. Também são indicadas às pacientes que apresentam cistos nos ovários e para tratamento da endometriose”, completa a médica, coautora do livro Tratado de Ginecologia – Condutas e Rotinas da Disciplina de Ginecologia da FMUSP.

A regularização da menstruação, por exemplo, pode contribuir para a redução de quadros de anemia. Até mesmo quando a anomalia é intensa, o medicamento, se ingerido de maneira contínua, impede as perdas de sangue, aliviando o problema.

A pílula também é utilizada para tratamento de alterações menstruais causadas, por exemplo, pela síndrome dos ovários policísticos.

Esse distúrbio é caracterizado por períodos sem menstruação ou falta de ovulação e ser causa de infertilidade em algumas pacientes. Segundo a Dra. Angela, como na síndrome, ocorre aumento dos níveis de androgênios, as pacientes podem apresentar sinais clínicos de hiperandrogenismo ou aumento de androgênios no sangue, levando a hirsutismo, acne ou obesidade androgênica.

“O ultrassom mostra ovários geralmente aumentados de volume, com 12 ou mais cistos menores que 1 centímetro, localizados um ao lado do outro na superfície do ovário. A pílula é indicada nesses casos, pois inibe os estímulos centrais (gonadotrofinas) que atuam irregularmente no local, inibindo, portanto, a formação de cistos, e, com isso, a produção de androgênios”, acrescenta.
ASS: Thainá Ribeiro

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